Psoríase

A psoríase é uma doença de origem desconhecida, mas com múltiplos fatores a influenciando, como hereditariedade, alguns medicamentos (lítio, beta-bloqueadores), infecções, principalmente por estreptococos, doenças metabólicas, como diabetes, além de fatores psicológicos. Existem melhoras e recidivas ao longo do curso da doença.

Caracteriza-se por placas avermelhadas e descamativas, mais comumente localizadas nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo, podendo acometer todo o corpo. Há pacientes que se queixam de coceira intensa, mas o maior problema é o impacto psico-social, pois se sentem marginalizados pelo aspecto das lesões. Pode haver envolvimento articular, com edema e dor, mais comumente nos dedos das mãos, mas também podendo acometer articulações coxo-femoral, sacroilíaca e cervical. Esta é a chamada psoríase artropática e deve ser feita investigação através de radiografia das articulações acometidas e provas de função reumática.

O ciclo evolutivo das células da epiderme destes pacientes é mais rápido (5 dias) do que na pele normal (13 dias). Por isso há grande produção de escamas, levando o paciente a ter aspecto de “escama de peixe”.

O diagnóstico é simples, pois clinicamente as lesões têm um aspecto bem característico. À curetagem (raspagem), soltam escamas esbranquiçadas que, ao nos aprofundarmos levemente, sem causar dor ou desconforto, surge um leve sangramento. Em caso de dúvida, pode-se fazer uma biópsia (retirada de pequeno fragmento, sob anestesia local) para análise.

O tratamento visa o controle da doença e não a cura. São prescritos desde xampus à base de substâncias que melhoram a descamação, como ácido salicílico, enxofre, coaltar, e cremes para uso local com substâncias como corticóides, ácido salicílico, enxofre, antralina, coaltar, vitamina D3 (calcipotriol)e imunomoduladores, como tacrolimus. A radiação ultravioleta traz benefícios aos pacientes com psoríase, devendo-se tomar os devidos cuidados. Em pacientes com psoríase acometendo mais de 30% da área corpórea pode-se indicar o PUVA (cabines de ultravioleta A com uso prévio de medicamento). O ultravileta B também tem suas indicações e o UVB narrow band para lesões localizadas. Os tratamentos sistêmicos para pacientes com lesões extensas e rebeldes aos tratamentos tópicos necessitam rígida avaliação prévia, com exames de sangue para verificarmos função renal, hepática, investigação de tuberculose, tumores e gravidez, nas mulheres, além dos exames de rotina (hemograma completo, glicose, colesterol total e frações, triglicerídeos). Estes medicamentos incluem: retinóides orais (acitretina), ciclosporina, metotrexate, azatioprina, sulfonamidas, agentes biológicos, dentre outros. Por fim, os pacientes muitas vezes necessitam de um “rodízio“ de tratamentos para se manterem controlados. O dermatologista é quem pode melhor orientá-los.

Leandra d´Orsi Metsavaht
Dermatologista 
CRM 52.55735-6 /RQE 17569

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